Trabalho







XII FEIRA ESTADUAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA - Florianópolis -

TÍTULO DO TRABALHO:
Para além dos mistérios - Por que o Egito Antigo ainda nos fascina?

ESCOLA:
EEB PROF MARIA DO CARMO DE SOUZA

MUNICÍPIO/REGIONAL:
Palhoça - Florianópolis

ALUNOS:
Lais da Silva Severino / Daniele Alegre

ORIENTADOR:
Robson Ferreira Fernandes


RESUMO:
Este resumo é o resultado do projeto sobre os temas relativos à civilização egípcia, bem como as técnicas do processo de mumificação, avanços nas áreas científicas, culturais, políticas, religiosas e sociais; aplicou-se o projeto durante os meses de maio, julho e agosto de 2017 que culminou com a apresentação de resultados na Feira de Ciências da E.E.B. Maria do Carmo de Souza – Pacheco/PH. Os estudos teóricos e empíricos relacionados à temática inovadora vêm promovendo novas políticas de conhecimento para pensar as técnicas, os recuos, as necessidades nos fatores educacionais e que nos comunicam com a obrigatoriedade de se entender a problemática acerca do objeto de análise. Quais foram as mudanças necessárias? Torna-se possível experimentar outros modos de conhecer, através das estratégias desconstrutivas de análise em ambiente escolar? As reflexões em torno do Egito Antigo e da sociedade contemporânea, propõem a centralidade do projeto, enfatizando os mistérios e fascínios dessa civilização milenar. Essas questões que se ensaia contemplar neste projeto.

OBJETIVO GERAL:

Introduzir o/a estudante ao entendimento dos aspectos históricos, geográficos, culturais, sociais, religiosos e políticos do Egito Antigo e todos os seus encantos  e possibilitar um elo entre os impactos que essa civilização milenar deixou como legado para a sociedade contemporânea.



OBJETIVO ESPECÍFICO:

- Reconhecer a África como o continente que teve uma das maiores civilizações da Antiguidade: o Egito.

- Identificar e compreender como ocorreu o processo de formação do Egito com base em sua organização política, religiosa e social.

- Entender o eixo histórico da civilização egípcia através da pluralidade dos conhecimentos e impactos na sociedade contemporânea;

- Incentivar os jovens a se tornarem pesquisadores e utilizarem do conhecimento teórico para com o conhecimento popular;

- Introduzir o/a aluno/a ao entendimento da história, cultura, arte, sociedade, religião e política do Egito Antigo.

- Reconhecer a África como o continente que teve uma das maiores civilizações da Antiguidade: o Egito.

- Conhecer o processo histórico para que as ações organizadas no presente, e mesmo as futuras, em relação às técnicas de conservação de alimentos e as necessidades locais possam: evitar a repetição de erros, efetivar a reimplantação dos acertos e propor ações realmente significativas para a superação dos problemas;

- Identificar e compreender como ocorreu o processo de formação do Egito com base em sua organização política, religiosa e social.

- Reconhecer a importância de documentos, transformados em fontes históricas, para identificar o processo percorrido pela implantação da ideia de desenvolvimento do projeto;



JUSTIFICATIVA:

profundidade um determinado tema. Sabemos que as mudanças no campo da educação são lentas, entretanto, me sinto desafiado a desconstruir essa visão do “fazer escolar”. Para isso, através desse projeto, construirei uma ponte alicerçada em diversos saberes, fazendo dos/as alunos pesquisadores, trabalhando em conjunto com diversas áreas do conhecimento, valorizando o conhecimento de mundo dos/as alunos por meio da valorização do seu cotidiano e adequar o sistema com práticas locais.

Em qualquer projeto desenvolvido, conhecer a importância da investigação dos conhecimentos produzidos e aplicados são de validades importantes para a formação do/a estudante. Essa experiência tem sua individualidade, quando pensamos em história local e regional, seus aspectos geográficos, culturais, políticos etc. Outros professores poderão ter ideias bastantes semelhantes em contraposição com o seu local. Para readequar a proposta desse projeto em outras comunidades, faz-se necessário a busca de recursos que compuseram o mesmo; trabalhar e pensar sobre o Egito Antigo e suas maravilhas não é específico da contemporaneidade; muitas civilizações atuaram na investigação do que aquela civilização milenar poderia ou pode contribuir para a formação e transformação do mundo.

Para o conhecimento teórico em paralelo com o conhecimento empírico do projeto, quando se fala de múmias egípcias, quem não se lembra de Ramsés II ou de Tutancámon, o rei-menino cujo túmulo foi descoberto intacto no Vale dos Reis em 1922? Mas que substâncias é que os embalsamadores, ou mumificadores, usavam para preservar os corpos? Ao analisar quimicamente 13 múmias que cobrem 2300 anos da história egípcia, uma equipa de cientistas britânicos revela, na revista "Nature, que os embalsamadores empregavam mais produtos naturais do que se pensava até agora na preparação dos defuntos para a vida além da morte. Misturas complexas de extratos de plantas, gorduras animais, cera de abelhas ou resina de coníferas faziam parte da preparação dos corpos, sobretudo de faraós e nobres, os mais abastados.

Os egípcios mumificavam o corpo porque acreditavam que não entraria na existência eterna sem que o espírito - o ka - pudesse voltar ao corpo. Por isso, o corpo tinha de ser preservado. Depois de séculos de experiências, os embalsamadores conseguiram que os corpos atingissem uma conservação excelente, no final do Novo Império (1550-1070 a.C.) e durante a 21ª dinastia, no início do chamado Terceiro Período Intermédio (1070-945 a.C.). Nem sempre terá sido assim, porém. As múmias mais antigas datam do Período Pré-Dinástico, anterior a 3000 anos a.C. Nessa altura, colocava-se tão-só o corpo, na posição fetal, numa cova na areia quente e seca do deserto. Mantinha-se assim preservado e, talvez por essa razão, a violação das sepulturas e a descoberta por acaso de corpos ajudou a desenvolver crenças religiosas, nas gerações posteriores, que relacionaram a sobrevivência do espírito após a morte com a do próprio corpo. Só que, ironicamente, as primeiras medidas tomadas para abrigar os corpos, em caixões, tiveram um efeito contrário: a perda de contacto com as areias do deserto, que absorvia a humidade do corpo, contribuía para acelerar a decomposição. Para resolver esse problema, os egípcios não abandonaram estas sepulturas e voltaram a enterrar os mortos no deserto: começaram, antes, a socorrer-se de métodos artificiais de preservação. Ao que parece, os primeiros métodos consistiam em envolver o corpo, de forma apertada, com faixas de linho ensopadas com resina. Mas não eram métodos lá muito eficazes.

No Antigo Império (2669-2152 a.C.) e no Médio Império (2040-1783 a. C) é que aperfeiçoaram as técnicas, atingindo o auge no final do Novo Império e durante a 21ª dinastia. Os embalsamadores, considerados sacerdotes-médicos, perceberam que o grau de conservação poderia ser excelente se removessem os órgãos internos moles - os intestinos, o fígado, os pulmões e o estômago, através de um corte no abdómen -, não se ficando apenas pela manutenção da aparência exterior. Isto porque a aparência do corpo também era moldada, à força de tiras de linho e uma camada de gesso.É que as vísceras, que eram depois colocadas em vasos canopos, eram as primeiras a apodrecer, e por isso a sua remoção permitia que a cavidade interior fosse limpa e seca. O coração, no entanto, não era retirado: era considerado o lugar da inteligência humana. Já o cérebro era retirado através das narinas. O interior vazio era então preenchido com linho ensopado com as tais resinas e o corpo enfaixado. Ocasionalmente, era mesmo retirado o tecido muscular, sendo substituído por serradura, areia ou lama. Só que às vezes ocorria um pequeno problema com este método: o encolhimento da pele sobre um recheio tão abundante fazia com que a múmia rebentasse.

A substância usada pelos embalsamadores que tem sido considerada mais importante era o natrão - sais de sódio naturais existentes no Egito, que são agentes de secagem eficazes e moderadamente anti-sépticos. Os antigos egípcios, que também mumificavam animais (vacas e gatos, por exemplo) haviam percebido que a melhor maneira de preservar um corpo era desidratá-lo. O corpo ficava a secar durante muitos dias, coberto pelos sais de natrão. No final, só restavam ossos, pele e carnes endurecidas. Depois, as técnicas de mumificação foram se tornando obsoletas e no século II d.C. - já no período romano - começaram a ser abandonadas.

Por volta do século VI, o cristianismo acabou com a mumificação. Diga-se, porém, que durante todo o tempo em que a mumificação foi uma prática, a maioria dos egípcios pobres tinham um simples enterramento no deserto. Mas o que fazia uma múmia resistir à inexorável voragem do tempo? Análises químicas anteriores já haviam revelado que, além do natrão, também eram usado óleo de zimbro e de cânfora, gálbano (uma resina), cera de abelhas e mirra (planta vulgar nas margens do Mar Vermelho, que dá uma resina olorosa e balsâmica). Aliás, o historiador grego Heródoto, que esteve no Egito por volta do ano 450 a.C., descreveu como era feita a mumificação: mirra, cássia, vinho de palma, óleo de cedro e resina. Só que o relato dele, numa altura em que a mumificação estava em declínio, baseava-se em informações dos embalsamadores. Além de não ter testemunhado o que escrevera, também era vago em relação à forma como os produtos naturais eram usados.

Agora, o estudo de Stephen Buckley e Richard Evershed, da Universidade de Bristol, no Reino Unido, dá mais uma achega aos conhecimentos sobre a mumificação ao mostrar o uso de mais produtos. Os tratamentos com produtos naturais, sublinha a equipa, têm permanecido pouco claros. Ao retirarem pequeninas amostras de tecido, faixas e materiais resinosos de 13 múmias, identificaram resina de coníferas, de "Pistacia" (outra árvore) e de pinheiro, óleos de plantas, algumas gorduras animais e cera de abelhas, explica Sarah Wisseman, da Universidade de Illinois, nos EUA, num comentário publicado também na "Nature". Os bálsamos feitos com resina de coníferas e cera de abelhas tornaram-se muito populares nos funerais dos faraós, à medida que se descobriam as duas propriedades antibacterianas.

A presença de óleos de plantas e, numa extensão menos importante, de gorduras animais, sugere que eram ingredientes-chave na mumificação. Provavelmente eram usados como uma base menos dispendiosa, na qual se misturavam e aplicavam aos corpos agentes embalsamadores mais exóticos e faixas, escreve a equipa na "Nature".

 



METODOLOGIA:

As etapas do projeto foram elencadas assim: 1º momento (Maio de 2017) - Proposta apresentada para os/as estudantes e explicação teórica dos principais conteúdos que foram abordados na disciplina de História em paralelo com o projeto; no dia 16 de maio de 2017, o professor propôs a saída de estudos para o Museu Egípcio Itinerante, localizado no continente Shopping,  São José/SC. A exposição compreendeu um acervo de aproximadamente 200 esculturas, entre elas: Múmias, sarcófagos, estátuas de deuses, Faraós, Rainhas e pinturas sobre papiros, além dos objetos de importantes Faraós como do Tutancâmon e Ramsés II. Dentre as atrações, o/a estudante pode assistir ao Espetáculo Som e Luzes, o qual, Deuses e Faraós contam suas próprias histórias, além de palestras e demonstração sobre fabricação de papiros. 2º momento (Julho de 2017 e orientação à distância) – foi feita a divisão dos grupos de estudos com a seguinte ordem: 1º grupo – Localização geográfica do Egito Antigo e a Importância do Rio Nilo; 2º grupo – Sociedade, Economia e Política; 3º grupo – Religião e processo de mumificação; 4º grupo – Importância do Papiro e as escritas egípcias; 5º grupo – Artes e Ciências no Egito Antigo; 6º grupo – Arquitetura; via rede virtual, as/os estudantes puderam ser auxiliados pelo professor a sanar suas dúvidas e obter mais informações precisas do trabalho; o pré-projeto foi entregue ao professor no dia 15 de agosto com a seguinte estruturação: objetivo geral, justificativa, estratégias, culminância e referências. 3º momento (período matutino e vespertino – 25 de agosto de 2017) – Feira de Ciências da Unidade Escolar. Alunos caracterizados de egípcios, explicaram as técnicas desenvolvidas para os/as demais alunos/as e para a comunidade escolar, bem como as suas pesquisas na área. A sala foi decorada com a temática do projeto e os grupos puderam apresentar seus resultados em pequenos estandes. Essas são questões que se ensaia contemplar neste projeto.



RESULTADOS:

Os resultados alcançados em curto tempo ilustraram o quanto que há de reconhecimento das barreiras entre o tema e a importância de assuntos pertinentes na sociedade contemporânea e pensante do passado e ação humana no tempo. Ao término das aulas sobre o projeto, percebemos estudantes mais investigadores e pesquisadores; nas palavras da aluna Aline, “professor, só quero te agradecer por ter nos proporcionado um trabalho interessante e com bastante importância; adorei fazer o trabalho, foi um pouco complexo, mas foi divertido.”

A culminância do projeto apresentada no dia da Feira de Ciências da Unidade Escolar e suas estratégias ressaltaram a importância da atividade. Não foi fácil propor um projeto desse porte para estudantes do ensino médio; penso que o professor precisa ser muito mais do que um instrumento de conhecimento; ele necessita acompanhar o mundo e suas transformações. A validade de todo o processo, com ou sem resultados imediatos, ainda fomentam em ambiente escolar o debate sobre a civilização Egípcia.

A principal dificuldade de reaplicação está nos recursos. Como esse projeto foi aplicado numa comunidade vulnerável, se percebeu todas as suas problemáticas para através de um objeto inovador que pudesse transparecer a realidade local e readequar circunstâncias para uma total concretização de valores e princípios.

A inspiração acerca desse projeto salienta a percepção mais global da realidade em que os/as estudantes vivem como também o aprofundamento mais significativo da forma de produção essencialmente humana, manifestada nos seus atos, no seu comportamento, nas suas crenças, valores, costumes, criações artísticas, entre outros; terão a percepção de que estudar História é, para cada um de nós, uma forma de se descobrir e de se situar no mundo e que refletir sobre a História e o processo de construção humana de forma global e integrada, em diferentes épocas e espaços, conscientizando-se da diversidade cultural; a valorização de atitudes como a solidariedade, a capacidade de trabalhar em grupo, a atenção e o respeito aos outros.

 

 



BIBLIOGRAFIA:

ARQUEOLOGIA EGÍPCIA <www.arqueologiaegipcia.com.br> Aces. 05 agost. de 2017.

 

BOULOS, Alfredo Júnior. História, sociedade & cidadania, 1º ano. 1. ed. São Paulo: FTD, 2013.

 

CARTER, Howard. MACEDO, A. C. A descoberta da tumba de Tutankhamon. Tradução Lucia Brito. São Paulo: editora Planeta do Brasil, 2004.

 

EGITO ANTIGO <http://egito-antigo.info> Aces. 10 agost. de 2017.

 

FARAÓS NEGROS <http://historiadomundo.uol.com.br/egipcia/faraos-negros.htm> Aces. 12 maio de 2017.

 

MUSEU EGÍPCIO <www.museuegipcio.com.br> Aces. 11 maio de 2017.

 

PRESERVAÇÃO DE MÚMIAS < https://www.publico.pt/ciencias/jornal/cientistas-identificam-produtos-usados-na-preservacao-das-mumias-egipcias-163678> Aces. 11 maio de 2017.

 


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